Impacto da Paracentese de Grande Volume sobre a Hemodinâmica Renal em Pacientes Cirróticos com Ascite
Introdução e Objectivos
A ascite na cirrose hepática está associada a um pior prognóstico e comprometimento da qualidade de vida e pode ser complicada por síndrome hepato-renal. O estudo avaliou as alterações na função renal e alterações hemodinâmicas após paracentese de grande volume (PGV) em pacientes cirróticos.
Pacientes e métodos
Um total de 50 pacientes cirróticos com ascite de grande volume foram divididos em dois grupos:
- Grupo I – 25 pacientes sem insuficiência renal e
- Grupo II de 25 doentes com insuficiência renal (síndrome hepato-renal tipo II).
Resultados
Nos grupos I e II, a creatinina no soro diminuiu significativamente 24 h após a PGV (P <0,05 e 0,01, respectivamente). A taxa de filtração glomerular e a diurese aumentaram significativamente 24 h após PGV (P <0,05, P <0,01 e P <0,01, P <0,05, respectivamente, nos grupos I e II). O índice de resistência da artéria renal (IR) foi significativamente maior no grupo II em comparação com o grupo I (P <0,01). A paracentese de grande volume causou um aumento significativo do débito cardíaco, o volume de ejecção e o índice cardíaco (P <0,01) e uma diminuição significativa no RI em ambos os grupos (P <0,01). Houve correlação significativa entre os níveis séricos e os níveis de eletrólitos no líquido ascítico em todos os pacientes.
Conclusão
A ascite de grande volume provoca uma redução significativa da frequência cardíaca e da pressão arterial, da creatinina sérica, ureia e índice de resistência da artéria renal, com um aumento significativo da taxa de filtração glomerular, mas não teve efeito sobre a atividade da renina plasmática.