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JAMA Neurology: Hipertensão e Demência

demencia

A hipertensão arterial é uma causa potencialmente tratável de declínio cognitivo e demência, mas sua maior influência sobre a cognição pode ocorrer na meia-idade.

Com o objetivo de avaliar a associação entre a hipertensão na meia idade (48 a 67 anos de idade) e a alteração no desempenho cognitivo durante 20 anos, foi realizada uma pesquisa conhecida como The Atherosclerosis Risk in Communities Neurocognitive Study (1990-1992 até 2011-2013). A coorte foi submetida a avaliações em centros de pesquisa no condado de Washington, Maryland, Forsyth County, Carolina do Norte, Jackson, Mississippi e nos subúrbios de Minneapolis e Minnesota. De 13.476 participantes afro-americanos e brancos, com dados cognitivos no início do estudo, 58% completaram o acompanhamento de 20 anos da pesquisa.

Hipertensão, pré-hipertensão ou pressão arterial normal na visita 2 (1990-1992) constituiu a exposição primária. Pressão arterial sistólica na visita 2 ou 5 (2011-2013) e indicação de tratamento na consulta 2 com base no Eighth Joint National Committee (JNC-8) Hypertension Guideline constituíram as exposições secundárias.

Resultados pré-estabelecidos incluíram a mudança nos 20 anos no escore dos testes Delayed Word Recall Test,Digit Symbol Substitution Test e Word Fluency Test e na cognição global.

Durante 20 anos, a presença de hipertensão no início do estudo foi associada a um declínio cognitivo adicional de 0,056 pontos de escore z global (IC 95%, -0,100 a -0,012) e de pré-hipertensão foi associada não significativamente com 0,040 pontos de escore z global de declínio (IC 95%, – 0,085 a -0,005), em comparação com a pressão arterial (PA) normal. Indivíduos com hipertensão que usaram anti-hipertensivos tiveram menos declínio durante os 20 anos do estudo do que os indivíduos hipertensos não tratados (-0,050 [IC de 95%, -0,003 a -0,097] versus -0,079 [IC de 95%, -0,156 a -0,002] pontos de escore z global). Ter uma indicação para o início do tratamento anti-hipertensivo, de acordo com o JNC-8, na linha de base, foi associado a um maior declíniocognitivo durante os 20 anos (-0,044 [IC de 95%, -0,085 a -0,003] pontos de escore z global) do que não ter uma indicação. Observou-se modificação de efeito por raça na análise contínua da pressão sistólica (p=0,01), com cada aumento de 20 mmHg da linha de base associado a um declínio adicional de 0,048 (IC 95%, -0,074 a -0,022) pontos de escore z na cognição global em brancos, mas não em afro-americanos (declínio, -0,020 [IC de 95%, -0.026 a 0,066] pontos). PA sistólica no final do seguimento não foi associada com os últimos 20 anos de mudança cognitiva em ambos os grupos. Métodos para explicar viés devido a atritos fortaleceu a magnitude de algumas associações.

Concluiu-se que a hipertensão arterial na meia idade e a pressão arterial sistólica elevada na meia idade mais avançada, mas não na vida senil, foi associada a um maior declínio cognitivo durante os 20 anos do estudo. A maior queda foi encontrada com a pressão arterial mais alta na meia idade em brancos, mais do que em afro-americanos.

Especialidades: Cardiologia , Neurologia Palavras-chave:

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