Horário de Toma de Antihipertensivo em Pacientes com Apnéia de Sono
J of Hypertension
Objetivo: Os efeitos benéficos da pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) sobre a pressão arterial (PA) e os níveis de variabilidade foram documentados em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Neste estudo os autores avaliaram o impacto dos diferentes horários de administração anti-hipertensivos sobre a PA, além aplicação da CPAP.
Métodos: Neste estudo prospectivo, cruzado, foram incluídos 41 pacientes com diagnóstico recente de hipertensão e SAOS (índice de apnéia e hipopnéia ≥15/h) nunca tratados, sem aumento da sonolência diurna (Score de Epworth ≤10 pontos). Os pacientes primeiro receberam tratamento com Valsartan ou com uma combinação fixa de Amlodipina e Valsartan em dose única matinal durante 8 semanas. No período de oito semanas a seguir, os pacientes receberam o mesmo regime terapêutico em uma dose única a noite. A pressão arterial do consultório e ambulatorial foram medidos no início do estudo e após cada período de tratamento.
Resultados: Em comparação com a administração da manhã, a dose noturna induziu uma maior queda da pressão sistólica do consultório (3,7 ± 6,5 mmHg, p = 0,001). A redução em 24 horas PAS/PAD foi significativo e semelhante após as doses da manhã e da noite (-16,4 ± 11 / 11,0 ± 7,5 e -18,4 ± 11 / 12,1 ± 7,5 mmHg, respectivamente, p <0,001 para ambos). A dose noturna em comparação com a da manhã reduziu ainda mais a PAS/PAD noturna por 4,4 ± 8,6 / 2,9 ± 5,6 mmHg (p = 0,007 e p = 0,006, respectivamente). O descenso noturno da PA aumentou de 24% no início do estudo para 34% com a dose da manhã e 61% com a dose à noite. Não houve interação significativa entre a aplicação do CPAP concomitante e o horário da dose sobre as variações da PA.
Conclusão: A dose noturna de anti-hipertensivos melhora a PA nocturna e o descenso noturno em pacientes com SAOS, independentemente da aplicação de CPAP.
O que é[popovernew title=”descenso noturno” button_text=”descenso noturno da pressão arterial?” trigger=”click” style=”auto” size=”” type=”btn-link” ]O descenso noturno fisiológico é definido como queda de pressão arterial maior e igual a 10% durante o sono em relação à pressão arterial durante a vigília, enquanto que a atenuação e/ou ausência do descenso é definida como queda de PA durante o sono menor que 10% em relação à pressão arterial durante a vigília. Os pacientes cuja pressão arterial cai normalmente à noite são denominados dippers, ou seja, apresentam descenso noturno; aqueles que não apresentam essa queda da pressão arterial durante o sono são denominados não-dippers, ou seja, têm a ausência de descenso noturno. Tem sido demonstrado que pacientes que não apresentam expressiva queda noturna da PA sofrem aumento na freqüência de eventos cardiovasculares. Foi observado em hipertensos que a queda inferior a 10% relacionava-se a um pior prognóstico cardiovascular
[/popovernew]
Artigo Original (Abstract)
Autores: Kasiakogias, Alexandros, et al