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Angioplastia vs cirurgia para o tratamento de pacientes assintomáticos com estenose grave das carótidas

O tratamento percutâneo com colocação de stent foi não inferior quando comparado com a endarterectomia (cirurgia) em pacientes assintomáticos com idade inferior a 80 anos com estenose grave das carótidas, no estudo ACT1.

O estudo Asymptomatic Carotid Trial 1 (ACT 1) foi publicado online pelo New England Journal of Medicine (NEJM). Foram incluídos 1453 pacientes entre 2005-2013 distribuídos de forma aleatória para implante de stent de carótida (n = 1.089) ou endarterectomia (n = 364). Os critérios de inclusão foram: idade menor que 80 anos, sem sintomas em, pelo menos 180 dias, com estenose grave (pelo menos 70%) na ultra-sonografia ou angiografia.

A população estudada tinha idade média de 67,8 anos e o grau de oclusão da carótida foi, em média, 73%.

O estudo foi desenhado com objetivo de demonstrar a não inferioridade do procedimento (stent da carótida) em relação ao procedimento cirúrgico (endarterectomia). Para demostrar a não inferioridade, foi avaliado um desfecho primário composto de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, mortalidade no prazo de 30 dias de procedimento e acidente vascular cerebral ipsilateral entre 31 dias e 1 ano. O limite superior do intervalo de confiança unilateral de 95% para a diferença foi de 2,27%, o que estava abaixo do ponto 3-percentual de margem não inferioridade pré-especificado.

Comentando o estudo para o Medscape Medical News, Martin Brown, MD, que liderou o estudo ICSS (que sugeriu endarterectomia era preferível em comparação com implante de stent em pacientes sintomáticos), disse que ainda favoreceria endarterectomia em pacientes assintomáticos após o estudo ACT 1 por causa do risco de AVC peri-procedimento.

Os autores concluíram que neste ensaio envolvendo pacientes assintomáticos com estenose carotídea grave, que que não eram de alto risco de complicações cirúrgicas, o implante de stent foi não inferior à endarterectomia no que diz respeito à taxa de desfecho primário composto em 1 ano. Na análise que inclui após 5 anos de seguimento, não houve diferenças significativas entre os grupos de estudo nas taxas de acidente vascular cerebral não relacionado aoprocedimento, acidente vascular de todas as causas e na sobrevida.

Leia o artigo original no NEJM (Abstract)

Doença das artérias carótidas

As carótidas (direita e esquerda) são as principais artérias que suprem o cérebro de oxigênio e nutrientes. A doença das artérias carótidas ocorre quando uma placa aterosclerótica (composta essencialmente de gordura, colesterol, cálcio e outros elementos do sangue) se forma na parede da artéria. Com o tempo, esta placa pode reduzir o fluxo de sangue para o cérebro levando à isquemia cerebral (acidente vascular cerebral ou AVC).

Artérias carótidas e placas ateroscleróticas

Figura 1A mostra a localização da artéria carótida direita na cabeça e no pescoço. A B mostra o interior de uma artéria carótida normal que tem o fluxo sanguíneo normal. C mostra o interior de uma artéria carótida, que tem a acumulação da placa e redução do fluxo sanguíneo. Fonte: National Institutes of Health

O AVC também pode ocorrer quando a placa aterosclerótica se solta levando a oclusão de uma artéria. Também pode ocorrer uma ruptura da placa com exposição do conteúdo interno da placa. A placa aterosclerótica é formada por vários elementos pro-coagulantes e seu contacto com langue desencadeia uma série de eventos que culminam com a agregação das plaquetas e formação de coágulo. Este coágulo, ao se deslocar pode ocluir um vaso levando ao AVC.

A endarterectomia e angioplastia da carótida

A endarterectomia carotídea é um tipo de cirurgia feita para prevenir acidente vascular cerebral em pessoas que têm doença da artéria carótida. O procedimento consiste basicamente na incisão da artéria e retirada das placas de gordura.

A angioplastia é uma alternativa ao tratamento cirúrgico. Consiste na colocação de um stent que mantem aberto o local com lesão. Primeiro, um balão acoplado à um cateter é usado para expandir o local, abrir a artéria e restaurar o fluxo. Para impedir que a artéria volte a fechar, é geralmente colocado um stent.

Assista aos 2 vídeos a seguir e aprenda mais sobre os dois procedimentos.

Vídeo 1Animação de uma endarterectomia da carótida

Vídeo 2Animação de uma angioplastia dom colocação na artéria carótida


 

Leitura recomendada

  1. Mohler ER, et al. Management of symptomatic carotid atherosclerotic disease. http://www.uptodate.com/home. Accessed April 10, 2014.
  2. Angioplasty and vascular stenting. Radiological Society of North America. http://www.radiologyinfo.org/en/info.cfm?pg=angioplasty. Accessed April 10, 2014.
  3. Mantese VA, et al. The carotid revascularization endarterectomy versus stenting trial (CREST): Stenting versus carotid endarterectomy for carotid disease. Stroke. 2010;41:S31.
  4. Carotid Artery Disease. Medline Plus
  5. Carotid angioplasty and stenting. Mayo Clinic

 

Especialidades: Angiologia , Cirurgia Vascular , Multimídia Palavras-chave: , , ,

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