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Estatinas reduzem a mortalidade e são seguras após seguimento de longo prazo, sugere estudo.

O uso das estatinas por 5 anos mostrou-se eficaz e foi associado com a melhora na qualidade de vida, principalmente pela significativa redução da mortalidade por doenças cardiovasculares, após 20 anos, reforçando assim as estratégias de uso das estatinas para a prevenção primária.

O estudo WOSCOPS (West of Scotland Coronary Prevention Study), publicado recentemente na revista Circulation avaliou o uso das estatinas para a prevenção primária em homens com idade entre 45 e 64 anos, com hipercolesterolemia, isto é, níveis elevados de lipoproteínas de baixa densidade (LDL, sigla em inglês). Ao todo 6595 indivíduos foram incluídos e distribuídos de forma aleatória (randomizada) em 2 grupos, pravastatina 40 mg versus placebo, por cerca de 5 anos. Entretanto, o uso de dados de registros electrônicos de serviços de saúde permitiu determinar a ocorrência de eventos cardiovasculares durante um período de 20 anos, de modos que se fez uma análise do impacto do uso das estatinas num período de seguimento mais longo.

O período médio de seguimento dos pacientes foi de 18 anos, a média de idade 55 anos e a média de LDL de 192 mg/dl. Na população estudada, o uso de pravastatina  reduziu de forma estatisticamente significativa a mortalidade geral (p = 0,0007), atribuído principalmente pela redução da mortalidade cardiovascular (p = 0,0004), entretanto com pouca redução na mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC). O grupo que uso a estatina também apresentou redução significativa nas taxas de hospitalizações por todos eventos coronários (18% menos),  por infarto do miocárdio apenas (24% menos) e por insuficiência cardíaca (35% menos que no grupo placebo). Entretanto, esta redução não foi verificada nas taxas de hospitalizações por AVC.

O estudo WOSCOPS mostrou ainda que não houve diferenças significativas, entre os grupos pravastatina e placebo, no que diz respeito à redução de hospitalizações por causas não-cardiovasculares e ainda que a diferença foi pequena para as complicações associadas ao diabetes.

As estatinas

As estatinas constituem a principal classe de fármacos usadas no tratamento de dislipidemias. O seu uso demonstrou reduzir a taxa de eventos cardiovasculares (em até 40%) e, por isso, são parte fundamental das estratégias de prevenção primária e secundária. As estatinas reduzem as taxas de infarto agudo do miocárdio, de acidente vascular cerebral, de doença arterial periférica, promovem a estabilização da placa aterosclerótica, entre outros benefícios.

As estatinas reduzem os níveis de LDL através da inibição da enzima HMG-CoA redutase (3-hidroxi-3-metil-glutaril-coenzima A reductase), a enzima limitadora da formação de colesterol no fígado. Os fármacos mais importantes deste grupo são: sinvastatina, atorvastatina, pravastatina, rosuvastatina.

Comentando os resultados deste estudo, o Dr. Melvyn Rubenfire, MDfellow da American College of Cardiology, afirmou que ‘este artigo reforça as evidências de ensaios clínicos que mostraram benefícios do uso das estatinas sem alteração do risco de morte ou hospitalizações por causas não-cardíacas e que os resultados do estudo WOSCOPS em 15 de seguimento provêm dados sobre a custo-efectividade do uso de estatinas em homens de meia-idade com hipercolesterolemia grave’.

Autores do estudo: Ford I, Murray H, McCowan C, Packard CJ.

Título original: Long Term Safety and Efficacy of Lowering LDL Cholesterol With Statin Therapy: 20-Year Follow-Up of West of Scotland Coronary Prevention Study

Referência: Circulation. February 10, 2016;

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Especialidades: Cardiologia , Coronariopatia Aguda , Coronariopatia Crônica , Medicina Preventiva Palavras-chave: , , , , , , , ,

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