Inibidores dos Receptores da Neprisilina vs Enalapril na Insuficiência Cardíaca (Circulation)
Circulation, 17 de Novembro de 2014
Introdução – Ensaios clínicos na insuficiência cardíaca têm se concentrado na melhoria dos sintomas ou a queda do risco de morte e outros eventos cardiovasculares. Pouco se sabe sobre o efeito das drogas sobre o risco de deterioração clínica em pacientes sobreviventes. Métodos e Resultados – O estudo randomizado, duplo-cego, comparou inibidor da angiotensina-neprisilina, LCZ696 (400 mg por dia) com o inibidor da enzima de conversão da angiotensina, enalapril (20 mg por dia) em 8399 pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida em um estudo duplo-cego. As análises se basearam em medidas predefinidas de deterioração clínica não fatal. Em comparação com o grupo que recebeu enalapril, menos pacientes tratados com LCZ696 precisaram de optimização do tratamento para a insuficiência cardíaca (520 contra 604; risco relativo, 0,84; IC de 95%, 0,74-0,94; P = 0,003) e menos procuram o serviço de urgência por piora da insuficiência cardíaca (risco relativo, 0,66; IC de 95%, 0,52-0,85; P = 0,001). Os pacientes do grupo LCZ696 tiveram 23% menos hospitalizações por piora da insuficiência cardíaca (851 contra 1.079; p <0,001) e necessitaram menos de cuidados intensivos (768 contra 879, redução da taxa de 18%, P = 0,005), precisaram menos de inotrópicos positivos (redução de 31% do risco, P <0,001), e menos implantes de dispositivos de suporte circulatório mecânico para insuficiência cardíaca ou transplante cardíaco (redução do risco de 22%, P = 0,07). A redução em hospitalização por insuficiência cardíaca com LCZ696 foi evidente dentro dos primeiros 30 dias após a randomização. Agravamento de scores de sintomas em pacientes sobreviventes foi claramente mais comum no grupo enalapril. O LCZ696 levou a uma redução precoce e sustentada nos biomarcadores de estresse da parede do miocárdio e lesão (pro-B peptídeo natriurético tipo N-terminal e troponina) versus enalapril. Conclusões – inibição da angiotensina-neprisilina impede a progressão clínica de pacientes sobreviventes com insuficiência cardíaca de forma mais eficaz do que a inibição da enzima conversora de angiotensina.
Artigo Original (Abstract)